25.7.01

If I Ever Lose My Faith In You
Sting

You could say I lost my faith in science and progress
You could say I lost my belief in the holy Church
You could say I lost my sense of direction
You could say all of this and worse, but
If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do

Some would say I was a lost man in a lost world
You could say I lost my faith in the people on TV
You could say I'd lost my belief in our politicians
They all seemed like game show hosts to me
If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do
I could be lost inside their lies without a trace
But every time I close my eyes I see your face

I never saw no miracle of science
That didn't go from a blessing to a curse
I never saw no military solution
That didn't always end up as something worse, but
Let me say this first
If I ever lose my faith in you
There'd be nothing left for me to do


Esta é para a mulher que eu amo. Você faz alguma idéia do que representa pra mim?

23.7.01

Mais tempo ainda sem escrever. Vou tentar compensar o tempo perdido com livros. Muitos livros.
E=MC2, de David Bodanis. Ao contrário das tantas biografias e livros de citações de Albert Einstein, este livro é um histórico da própria equação. (Não me entendam errado: sou fã de Einstein desde criancinha, e tenho muitas dessas biografias e livros de citações) Mas este livro, editado pela Ediouro, é uma jóia rara: em que outro livro de divulgação científica recente você tem a oportunidade de ler biografias - breves porém minuciosas - de gênios como Faraday, Lavoisier (com direito a sabermos por que este último foi parar na Guilhotina na época da Revolução Francesa) e de cientistas menos conhecidos para os leigos, como Cecilia Payne, que descobriu que o sol é composto em grande parte de hidrogênio e não de ferro (este era um dos obstáculos teóricos à compreensão da equação einsteiniana) e Subrahmanian Chandrasekhar, o descobridor dos buracos negros? Tem muito mais no livro: aguardem matéria minha na Webinsider nos próximos dias.

Recebi de Celeste Vasconcellos, assessora de imprensa da Bertrand Brasil, o livro Soldados Cidadãos, de Stephen Ambrose. Especializado na Segunda Guerra Mundial e autor do best-seller O Dia D (que é excelente, mas não emociona tanto quanto o clássico O Mais Longo dos Dias, de Cornelius Ryan - vocês se lembram do filme com John Wayne e grande elenco), Ambrose desta vez concentra sua visão na vida dos soldados rasos que deram suas vidas pelos Estados Unidos na Segunda Guerra. Importante como registro histórico, o livro lembra um pouco a linha de História das Mentalidades de Georges Duby e Phillipe Ariès, mas na linha mais popular, tipo coisa-pra-americano-médio-ver. Não é ruim, mas não dá pra comover, não depois da foto do italiano morto no conflito antiglobalização em Gênova. Ninguém merece morrer, numa guerra ou fora dela, mas pelo menos os soldados estavam armados e sabiam do risco. Manifestantes geralmente não andam armados (a não ser os infiltrados do governo ou da polícia, mas isso é óbvio), e também não merecem morrer. Qual a diferença entre um soldado que (dizem-lhes seus comandantes) luta para defender sua pátria e pessoas que fazem passeatas para reclamar de desemprego e miséria? Um soldado e um manifestante lutam pela vida, mas na maioria das vezes apenas o manifestante sabe realmente porque está lutando.

Tenho também em minhas mãos a nova edição de O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar (Civilização Brasileira). Sem comentários: preciso reler urgente. Quem não leu precisa ler: todo aficcionado pelo hipertexto e seus mistérios sabe que este é um dos textos seminais da narrativa não-linear, mas poucos abaixo de 30-35 anos leram esse labirinto que impressiona muito mais pela engenhosidade da narrativa e pelo vigor dos personagens que pela não-linearidade já superada por textos mais recentes. Escusado dizer que, no entanto, nenhum (Georges Perec pode ser uma exceção) superou a literatura de Cortázar.

Mais acima falei em citações: Sábias Palavras do Dalai Lama, também da Bertrand Brasil. Nunca é demais ler palavras de fé e sabedoria. Andamos carentes disso, não é, coleguinhas da imprensa?

Recebi da Editora Vozes o Volume I das Cartas de C. G. Jung (Um agradecimento a Mirella, assessora de imprensa da Vozes). As cartas abrangem o período de 1906 a 1945, tempo em que ele ainda não havia rompido com a escola psicanalítica e seu mentor, Sigmund Freud. A Vozes publicará em três volumes as cartas de Jung. Eu poderia até dizer "sem comentários", como disse da obra-prima de Cortázar. Mas falar de correspondência é outra coisa: aguardem para breve comentários detalhados.