19.10.01


Mundo blogger


A Luzinha Franzoi manda avisar que gosta de Claudette Colbert, assim como sua mãe, e que também gosta do layout do Lanceiro! Gosto não se discute, se aplaude: valeu, Luzinha!

Fabrício Vieira também curte os toques do Lanceiro e me diz que eu perdi um show muito bom. Esquenta não, Fabrício, eu ainda acho que Clapton volta a dar shows! Se quem é rei nunca perde a majestade, que dirá Deus! ;-D

Que bonito o Wumanity Wide World! Para entender o conceito, entre aqui e leia o inteligente texto da Rossana Fischer, com direito a uma belíssima música chinesa de fundo. Namastê, Rossana!

Alguém quer pamonha?



Graças a um post do sempre antenado Paulo Bicarato em seu ótimo blog, fiquei sabendo que o Izquierdo, El Horrible, ditador supremo do blog Joelhasso, criou agora uma lista de discussão onde ele pode ampliar ainda mais seu poder de dominação (um ensaio para dominar o mundo logo em seguida, como ele mesmo já deixou claro). Fosse outra pessoa e eu ficaria muito preocupado, mas o Izquierdo é um cara muito engraçado. Entrei na lista, portanto, just in case.

Esse troca-troca de links entre blogs parece que não tem fim mesmo. Do Joelhasso pulei pro Tipuri, do Marcelo Estraviz. A Cora outro dia comentou emocionada que tinha sido considerada uma Sinarca pelo Estraviz. Rolando mais para baixo a tela, descubro que este humilde Lanceiro faz parte da categoria Sinarada, na agradável companhia de Jackie Miller, Marina W. e das Delícias Cremosas. Ainda não tenho a menor idéia do que seja essa história de sinarada, mas como meu link tá lá no blog dele, acho que deve ser um negócio legal. Agradeço penhorado: valeu, Estraviz!

Recado teatral para os cariocas: a Flávia, da Armazém Companhia de Teatro, pede para avisar que tem nova oficina pintando no pedaço: O Ator Canta. As aulas serão dadas pela atriz Simone Mazzer na Fundição Progresso, logo depois dos Arcos da Lapa, a partir do dia 29 de outubro. O curso terá a duração de cinco semanas. Horário? Segundas e quartas, de 19 às 21h. O Armazém infelizmente ainda não tem página na Internet, mas as inscrições já podem ser feitas por telefone, anotem: (0xx21) 9654-2648. O Armazém é um dos melhores grupos de teatro brasileiros (Vocês já foram ver alguma peça deles? Alice Através do Espelho foi uma das melhores peças que o Rio já viu nos últimos anos. A última deles, Da Arte de Subir em Telhados, voltou ao cartaz agora no Teatro Casagrande, no Leblon), e suas oficinas são ministradas por quem entende do assunto. Corram que o número de vagas é pequeno: são apenas vinte!! Aproveitem!

17.10.01


Mais blogs legais no blogverso: o P@trimônio, do Luiz Patriota. Outro bem interessante - e semelhante em espírito ao segundo caderno deste modesto blog, o Lanceiro Livros - é o blog do Rodolfo Filho, o Leituras do Dia. Só uma coisa engraçada: o Patriota também recomenda o Franco Atirador, do meu amigo e afilhado de casamento Lúcio Manfredi, mas o chama de Luciano. E o Rodolfo me chama de Flávio! Mas o que vale é o conteúdo, afinal, e disso eles gostaram! Obrigado, Patriota e Rodolfo!!

16.10.01


Correção de fim de noite: no dia 10, postei uma mensagem citando um texto do Dan Gillmor que achei através do blog da Cora sobre o Reichstag de Bush. Ela inaugurou os meus links de comentários com a seguinte observação: Na verdade, o primeiro a levantar essa bola foi -- quase como não podia deixar de ser -- o John Perry Barlow, que, na tarde do próprio 911, já estava mandando uma circular para os amigos chamada "Remember the Reichstag". Na ocasião fiz um link para ela no meu blog. Essa me passou despercebida, Cora. Valeu!


URGENTE e IMPORTANTE. O pessoal da Gazeta Mercantil, que entrou em greve há alguns dias, criou um weblog para dar notícias do movimento. Muito legal a iniciativa: jornalismo de verdade é isso, e blog também.

15.10.01



Já tem algum tempo que não falo de jornalismo por aqui, então lá vai: foi com profundo pesar que acabei de ler na home da CNN.com.br a seguinte manchete: "Prefeito de Nova York será condenado pela Rainha Elizabeth II". Surpreso, cliquei no link para a matéria.

Evidentemente, não era nada disso. A matéria diz o seguinte: Prefeito de Nova York será CONDECORADO pela rainha Elizabeth II. O erro está no ar desde as 17:30h. Depois dizem que conteúdo em um site não é importante. Vejam só o que acontece quando se digita de qualquer maneira um texto...
Dicas do dia

Não sai do CD player: A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana. Os Titãs se reencontraram neste que é o melhor álbum do grupo em muitos anos: Miklos, Britto, Bellotto, Gavin, Reis e Mello acertaram a mão bonito, sem medo de serem felizes, alternando um som poderoso e arrasador (destaque para Vamos ao Trabalho e Cuidado com Você) com melodias mais pungentes e doloridas, como Epitáfio e Não Fuja da Dor. Tem de tudo nesse álbum, tudo no melhor sentido, a começar pela faixa-título, uma bela sacaneada no mercado fonográfico - sacaneada que não exime de culpa os próprios Titãs e seus últimos álbuns, como eles declararam na semana passada, em entrevista a Jô Soares. Como em "Go Back", a parceria póstuma com Torquato Neto é retomada em Daqui Pra Lá, com música de Sérgio Britto; também de Britto, Mundo Cão é um retorno divertido aos tempos do BRock anos 80, com direito até a backing vocals ao estilo Gang 90. Não faltou nem Marcelo Fromer, com uma (grande e ótima) participação na criação de músicas como Bom Gosto, Um Morto de Férias e Alma Lavada. A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana não foi um título escolhido por acaso, mas no caso dos Titãs, é evidente que - e eles sabem disso - eles são a melhor banda de todos os tempos do Rock Brasil ainda em atividade. Ouçam urgente.

Quando eu digo "em atividade", não é por maldade, mas uma simples constatação: isso pode mudar em alguns anos. Alguém viu ontem no Fantástico a entrevista com Herbert Vianna? Foi muito bonito ver o cara mostrando que está por aí de novo - ainda falta um tanto para ele se recuperar plenamente, mas agora não dá mais pra duvidar de que isso irá acontecer. A vida é bonita e a esperança existe. E, pelo pouco que ele tocou para as crianças do hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, dá pra torcer por um retorno rápido aos palcos. Eu tive a felicidade de estar no primeiro grande show do Paralamas no Parque Lage, logo após o lançamento de O Passo do Lui, e quando Herbert voltar, estarei na fila do gargarejo.

Não perca na TV: O Telecine Classic vai exibir, de hoje até o próximo domingo, sempre às 22h, o Festival Claudette Colbert. Provavelmente a maioria dos blogueiros não faz idéia de quem seja, mas eu canto a pedra: uma das maiores atrizes que Hollywood já conheceu nos anos 30 e 40, responsável por grandes sucessos de bilheteria como a segunda versão de Cleópatra e Aconteceu Naquela Noite, com Clark Gable. Nenhum desses dois será exibido no festival, mas em compensação o espectador será brindado com no mínimo duas jóias: Imitação da Vida, na terça, e Ao Rufar dos Tambores, no sábado, com Henry Fonda e direção de John Ford. Uma bela oportunidade para conhecer (ou matar as saudades de) uma atriz que em seu tempo colocava todas as outras no chinelo.

Em tempo: Manssur Gustavo, editor da novíssima revista digital O Preto e o Branco, lê o Lanceiro. Entrem no site e assinem a revista para recebê-la por e-mail, vale a pena. Tatiana Portugal, do Minhas Coisas, também lê e recomenda. A Naiade, do Sei Lah, gostou do conteúdo mas não achou o Lanceiro bonito. Me aguarde, Naiade, em breve vem aí o Lanceiro de cara nova!

That´s all, folks!

14.10.01


New Adventures in HTML: brincando um pouco com as cores do Lanceiro. Mais coisas mudarão em breve, aguardem.

Quem são os fundamentalistas, afinal?


A chegada ao Rio ontem à noite teve algo de surreal: infelizmente perdi o show do Eric Clapton. Eu tinha comprado ingressos com um colega blogueiro, o T-Bone (blog, além de cultura, é amizade!), mas infelizmente não consegui voltar a tempo. Agora, o surrealismo ficou por conta de dois fatores: às 22h, horário em que eu passei num táxi pela Apoteose, vindo da rodoviária, o Frejat já estava tocando e estava tudo VAZIO! Na bilheteria havia uma pequena aglomeração, mas era muito pequena. Ainda me bateu uma pequena vontade de pegar o ingresso em casa e voltar, nem que fosse para revendê-lo, mas o cansaço era muito. E achei que - como disseram do show no Pacaembu - que acabaria sendo morno, e eu não queria ter essa lembrança do Deus Clapton. Não sei até agora como foi o show, mas pelo que percebi no blog do T-Bone, parece que foi bom. Espero que tenha sido - para a platéia e para Clapton.

O surrealismo bateu mais fundo com o diálogo que se seguiu entre eu e o motorista. O papo acabou descambando para o problema do Antraz nos Estados Unidos, mas de repente o motorista começou uma diatribe contra os muçulmanos que me deixou triste, e parei o papo por ali. Explicando: ele se referia a todo e qualquer muçulmano como sendo muito radical e fanático.

Deus.

E o motorista era negro.

Não me entendam mal: tenho um filho de dois anos, e ele é negro. Não sou racista. E para mim é difícil entender como um homem que deve ter sofrido com preconceito racial projeta o mesmo preconceito sobre um povo que ele não conhece e sobre o qual não tem muitas informações. Conheço gente que teria medo de entrar em um táxi que tenha um motorista negro, por medo de assaltos, vejam vocês - e a situação não melhora nem um pouco quando a desinformação é estendida para outros grupos. Vamos continuar achando que negros são ladrões, índios são preguiçosos, judeus são usurários e árabes são terroristas?

Some-se a isso as discussões absolutamente apavorantes que têm ocorrido em listas de discussão, como a JornalistasdaWeb, que contabilizou quase 200 mensagens na quarta-feira passada apenas com mensagens absurdas contra e a favor do McDonald´s apenas por se tratar de uma empresa norte-americana (mensagens essas, é bom frisar, escritas sem embasamento e com muita emoção, sem calma e poder de análise - estes são os nossos jornalistas???) e a confusão está armada.

Lamento profundamente tanto aqueles que defendem Osama Bin Laden (e um membro da lista, meu conhecido de priscas eras que ataca os EUA com um furor que chegou ao extremo do ridículo, entoou o trocadilho mais cruel dos nossos tempos, o tal de "Osama nas Alturas") quanto aqueles que defendem os EUA como o melhor dos mundos possíveis. Existem outros mundos, senhores, existem outros mundos.

O link a seguir é para quem acredita nisso, para quem ainda acha que as religiões podem ser coisas boas e não instrumentos de destruição e ódio. Para quem ainda acredita que podemos deixar de ser cínicos e buscar a paz. O miniportal de Religiões do Globo.com fornece um resumo das principais religiões da humanidade - islamismo incluído - e indica sites e centros de estudo, pesquisa, meditação e oração. Para quem quiser viver em paz, o que eu acho muito melhor do que essa terrível sensação de que estamos repetindo os tempos da República de Weimar pós- incêndio do Reichstag. Mas quem lembra disso, afinal?

São Paulo, São Paulo


Passei parte do feriadão em São Paulo. Uma entrevista de emprego na quinta, e um dolce far niente com minha cara metade na sexta e na manhã de sábado. Muita chuva na quinta e uma compra inevitável de um livro que eu procurava há anos (segundo minha mulher, essa desculpa não cola mais, porque digo a mesma coisa de todo livro que eu compro; mas o que posso fazer se é verdade?): O Xamanismo, de Mircea Eliade (Martins Fontes). Só não comecei a devorá-lo na quinta mesmo porque estava entretido com dois livros do Nick Hornby que recebia da Rocco para um dossiê especial do Lanceiro Livros. Mais detalhes no segundo caderno deste blog.

Sexta foi dia de cinema: vimos uma sessão dupla com Bridget Jones e Copacabana. Bridget Jones é daqueles filmes que você pode resenhar repetindo sem medo o velho clichê: veja o filme, ouça o disco, leia o livro. A própria autora do livro, Helen Fielding, assina a produção executiva do filme e ajudou na reelaboração do roteiro: como é de costume em boas adaptações de livros para a telona, a essência está toda ali, mas diversas passagens foram alteradas, sem o menor prejuízo para a história original. Se você quer conhecer Bridget Jones pra valer, vai ser preciso ler o livro também. Eu recomendo!

Ah, não vamos nos esquecer da trilha sonora, evidentemente: clássicos dos anos 1970 em sua maioria, música da melhor qualidade. A abertura, com Renée Zellweger (que ficou mais conhecida por aqui em Jerry Maguire) dublando All By Myself, é um show a parte. O filme inteiro é permeado por temas românticos que ilustram de forma quase didática o estado de espírito de Bridget Jones, uma solteirona inglesa de trinta e poucos anos que está louca para encontrar o grande amor de sua vida. As canções se alternam entre a dor-de-cotovelo e o romantismo descarado, como Killing me Softly - mas também com espaço para uma engraçadíssima cena ao som de It´s Raining Men.

Copacabana é, apesar de também uma comédia, um filme emocionante em outro sentido. Carla Camurati acerta cada vez mais a mão em sua carreira de diretora e nos dá um filme belíssimo, com uma interpretação incrível de Marco Nanini na pele de Alberto, um bon-vivant que conheceu o bairro de Copacabana em seu auge e que agora vive sua decadência aos 90 anos - mas sem perder o bom humor. O filme é meio que um flashback contado a partir da morte de Alberto e do sofrimento de seus amigos. E a legião de grandes atores que contracenam com Nanini neste filme é de tirar o chapéu em tempos que só valorizam o que é novo o bonito: Luís de Lima, Ilka Soares, Ida Gomes, Rogéria, todos muito bem na fita, mostrando que idade (mais do que autoridade) ainda é patente: experiência é o que importa, e o ótimo roteiro é feito de bandeja para excelentes interpretações. Copacabana é um filme que deixa você sem saber se ri ou se chora de tão bonito e pungente. E eu, que moro no Leme, coladinho em Copacabana, o que posso fazer senão correr para o calçadão e prestar minha homenagem a esse bairro que já viu dias melhores mas ainda resiste, ainda é belo?